sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Não tenho muitas memórias boas, apenas vivências de um passado ainda muito presente, em que de poucas me orgulho.
Lembro-me do dia em que te conheci, lembro-me que te irritas-te comigo nesse dia, não me lembro muito bem da razão, mas devo ter sido imbecil, como sempre.
Lembro-me das piadas, das conversas, das horas infindáveis ao telemóvel, das pequenas coisas, pequenos gestos, olhares, sorrisos. Recordo-me de quando soubeste dos rumores que havia sobre nós, achaste piada e disseste "nem tudo o que parece é".
Conheço-te, mas não de cor. Sei-te como se fosses tudo, porque o és.
Lembro-me das noites em branco, as insónias, pensando que errei, que se te perco volto ao vazio, à solidão, mas no dia a seguir, sorrias e eu sorria-te de volta, como se perdoasses o meu fracasso como criatura.
Lembro-me das parvoíces que dizia, tão patéticas, mas faziam-te rir, e o teu sorriso é tão belo, mas tão belo, que desvia a minha atenção de maus pensamentos.
Sabes a minha história, e incrivelmente, aceitas, lembro-me de quando me disseste que não sou o meu passado, sabes dos meus medos, inseguranças, erros, e mesmo assim, pedes-me para não mudar. Não percebo, não consigo perceber, como é que uma pessoa que escavou o próprio buraco, que bateu no fundo, pode ser o que precisa o elemento mais importante da minha curta e já não destituída vida.
Talvez chegue o dia que eu tenho que aceitar que já não sou o que era, e que tu percebas que és o que mais preciso, até lá, afogar-me-ei em memórias...

T.B

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