quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Carta para ti

Querido avô,

Faz hoje 1 ano 7 meses e 22 dias que partiste... Espero que esteja tudo bem contigo, comigo está tudo bem e com o resto da família também.
Tenho imensas saudades tuas, sabes bem que me fazes falta e muita mesmo. Tenho saudades até das vezes em que ralhavas comigo. Tenho saudades dos momentos que passávamos juntos, das nossas brincadeiras, das nossas idas para o Algarve, saudades dos teu abraços, dos teu beijinho, das palmadinhas que me davas na cara quando te ia visitar. Tenho saudades se tudo o que fazia contigo tudo mesmo...
És e foste um grande guerreiro, uma pessoa que não desistia de nada, lutava para conseguir chegar ao fim. Eras simpático com as pessoas e foi assim que conseguiste ganhar respeito por todos os que conhecias.
Todos os dias de digo boa noite, bom dia, falo contigo, tudo pelas fotografias mas mesmo assim dá para tentar matar algumas saudades que sinto tuas. É óbvio que não chega para tal, mas, ...
sempre é um conforto.
Infelizmente a tua estadia perto dos teus terminou, mas daqui a uns anos estaremos juntos de novo.
Não nos despedimos como deve ser e por isso é que te escrevo esta carta, para saberes o quanto te amo, quantas saudades eu tenho tuas, o quanto me fazes falta...

 AMO-TE e até um dia avô!


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Lembranças


 Hoje estive no parque Pai , no parque onde tu e a mãe começaram a sair , lembro-me de cada história que me contavas e das aventuras pelas quais juntos passaram , lembraste do filme que me mostraste onde a filha tinha que descobrir quem era a sua mãe ? E de mais tarde teres feito esse jogo comigo ? Bem, hoje com toda a certeza e força desejava poder ter-te , tenho saudades dos teus cabelos escuros e encaracolados , nem tiveste tempo de ter cabelos brancos. E as histórias da tropa ? Bem essas eram as melhores , tenho saudades tuas e mãe também , sei que não foi por mal , sei que não e sempre fizeste tudo pela nossa família.

Ela diz que estou a ficar parecido contigo , mas contigo ? Bem quem me dera algum dia vir a ser um rapaz de pele clara , ás vezes quase incolor , e ainda herdei os teus olhos , mais claros , mas verdes como os teus que acabaram por perder a cor com a cegueira , a mãe às vezes senta-se comigo e conta-me mais histórias , e eu desfruto de cada uma como se fosse a ultima .

Está a ficar tarde sabes e era bom agora , chegares a casa como em tempos e falares-me sobre um dos teus novos romances , sobre os novos escritores na empresa , falares-me.

Os cabelos da mãe continuam claros , ainda lhe restam alguns cabelos dourados , e sabes , ela recusa-se a pintar.

Nunca casaram , mas sempre foram , marido e mulher, e um dia gostava de contar uma história romântica como a vossa aos meus filhos , um dia .Hoje ela contou-me porque é que me chamo André e foi aí que percebi que és o melhor a fazer promessas.

O tio Eduardo tem-me vindo visitar , morreste cedo , demasiado cedo.

Mas todos sentimos orgulho em ti , saudades , mas acima de tudo orgulho, até parece que ainda a oiço dizer aos convidados do jantar "O André , é a coisa mais linda que fizemos e seria o maior orgulho do Pedro poder vê-lo tão crescido "

Hoje invoco memórias tuas , mas preferia invocar-te a ti.Hoje prometo-te apaixonar-me e ser tão grande como tu , hoje , sou eu quem te dá o beijo de boa noite , e te diz que amanhã será um dia ainda melhor que este , e amanhã , sou eu que sou o pai.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Um dia trágico

Eram 9 da manhã quando soube. O dia estava cinzento e o sol não tinha o seu brilho diário. As nuvens eram enormes, como fumo de um cigarro. O barulho da rua era enorme, como habitual. O comboio fazia o seu chiado ao parar na estação. O meu telemóvel tocou.
-Estou? Diz mãe.
-O avô faleceu agora.
E de repente já não havia barulho dos carros, das pessoas, do comboio. Já não havia luz, não haviam nuvens, não havia sol. Tudo ficara escuro, meu mundo desabara aos meus pés. E quando desliguei a chamada, apercebi-me da realidade: só damos valor quando perdemos.

domingo, 25 de janeiro de 2015

15 de Setembro de 2007

  Era de manhã, dia 15 de setembro de 2007, como todos os dias, o meu pai sentou-se ao fundo da minha cama a fazer-me festinhas para eu acordar, pois ele tinha de ir trabalhar. Deu um beijo na testa, como fazia sempre, soltou-se-me um sorriso imediatamente. Fui à casa de banho, e de seguida comer os meus chocapic com estrelitas. Como de costume, demorava meia hora para comer uma pequena taça de cereais.
  Vestia-me, lava-va os dentes e o meu pai penteava-me, e de seguida fazia  a minha cama. Estava pronta para ir para o colégio, naquela altura a escola ainda não começara, por isso levava as minhas barbies para brincar com as minha amigas,
  Finalmente estávamos os dois prontos, entrávamos no carro e o meu pai deixava o motor aquecer, como todos os outros dias.
o dia no colégio foi normal como todos os restantes, pois a brincadeira tinha sido muito.
  Chegaram as 16:00 horas, hora habitual de me irem buscar. A campainha tocou, e a Gilda, a auxiliar,  chamou pelo meu nome. Chegara a hora de ir para casa, pensava eu. Vesti o casaco e peguei na minha mochila e fui com a Gilda para a porta, onde me esperavam. Ao chegar à porta, encontrei o meu irmão mais velho, algo que nao era habitual. Mas ao olhar para o lado vi a minha madrasta e corri para junto dela,  e ao chegar ao pé dela perguntei ao meu irmão o que fazia ali , a resposta dele fou apenas que tambem tinha direito em ir -me buscar.
  Saimos do colégio, entramos no carro,  o caminho seguido foi até ao metro, onde deixámos o meu irmão,  que tinha de ir trabalhar. Seguimos caminho, parámos mais à frente estranhei. Foi naquele momento que recebi a notícia que o meu avô paterno tinha falecido.  A minha madrasta disse-me que tiha de ser forte, pois o meu pai estava muito triste. Limpei as lágrimas e seguimos caminho.
  Chegámos à capela , onde era o velório, ao lá chegar corri para os braços do meu pai , a tristeza apoderou-se de mim e as lágrimas escorreram-me pela cara, foi o suficiente para o meu pai chorar também.
  Quis ver o meu avô pela última vez para me poder despedir dele. Dei-lhe um beijinho na testa, estava geladomgelado.m as lágrimas escorriam pelo meu  rosto. A minha madrasta acompanhava este meu sofrimento, estando sempre ao meu lado. Toquei-lhe  nas mãos e apertei-as com força com esperança que ele reagisse. Tudo em vão,  ele nao reagiu. Já tinha partido.
  Hoje só me resta a saudade e as lembranças, e claro, o anel dele que trago sempre comigo.
  Amo-te avô.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

“São as nossas escolhas, mais do que as nossas capacidades, que mostram quem realmente somos.” 
– Albus Dumbledore


Não acredito em mudanças do dia para a noite. Não acredito que existam pessoas que não se deixam influenciar por ninguém. Não! Isso não passa de uma ilusão. Tudo, de uma maneira ou de outra, nos influencia. As pessoas, os lugares, aquilo que vemos, o que ouvimos…É isso que nos define. E é isso que somos.

A minha infância foi passada rodeada de livros. Durante muitos anos não conseguia adormecer sem que a minha mãe me lesse uma história. Ela habituou-me a isso e, de facto, era um hábito relaxante. Ler – ou ouvir aquilo que a minha mãe me lia – tranquilizava-me. Depois de tantas horas de euforia e brincadeira, era necessário haver algo para quebrar essa agitação do meu dia. Reconheço como era uma tarefa complicada para a minha mãe. Ela cansada de mais um dia de trabalho e eu com o desejo de ouvir mais um conto de fadas. E ai dela que falhasse uma parte da história sequer! Mais tarde, quando a minha irmã nasceu, era eu que fazia questão de lhe contar as histórias que ouvira tantas vezes. Eu não sabia ler, é certo, mas olhar para as imagens era suficiente para conseguir reproduzir na perfeição o que o livro retratava.

Hoje, após tantos anos, após tantas páginas folheadas, tornei-me numa leitora assídua. Graças à minha mãe, ganhei o gosto pela leitura e o hábito de escrever. Porque o mundo da leitura e da escrita é um mundo completamente paralelo a este. É um mundo só nosso, onde podemos dar asas à nossa imaginação e sermos livres, e isso cultiva-se. Eu tenho vindo a cultivar esse mundo.

Mas não foram apenas os livros a fazer parte da minha vida. A música também. Aliás, a música faz parte da vida de todos nós! Só nos toca de maneira diferente. Grande parte das viagens de carro mais longas que fazia quando era mais nova, eram passadas a cantar as músicas que aprendia no jardim-de-infância. Sabia-as todas! Confesso que não sei como é que às vezes os meus pais tinham paciência para mim, e desconfio que nem eles saibam responder a essa pergunta. Mas vejam bem como a música, a pouco e pouco, foi crescendo em mim. Atualmente, toco piano e gosto realmente de o fazer.

E tudo isso me formou enquanto pessoa. Eu fui influenciada por todas as pessoas que um dia passaram pela minha vida, mesmo que a sua estadia tenha sido curta. Fui influenciada por todos os locais que visitei e isso levou a que me tornasse na pessoa que sou hoje. Porque, inevitavelmente, eu sou cada capítulo dos livros que li, cada verso das músicas que ouvi, cada abraço dado e recebido, cada palavra, cada sorriso, cada lágrima, cada momento de felicidade. E tudo isso me define. É isso que sou.

E tu, sabes quem és?


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

17 de março

17 de março
            
            Os meus pais partem daqui a dois dias para as Caraíbas para celebrar o seu aniversário de casamento, e eu tenho de ficar em casa sozinha pela primeira vez. Eles nunca foram assim de férias sem mim, mas desta vez disseram-me que eu já estava a ficar crescidinha e que já saberia tomar conta de mim. Sinceramente não me importo, uma semana sem pais, posso fazer o que eu quiser… parece-me bem. Vou ter saudades deles, mas também é só uma semana e eles irão regressar sãos e salvos.
            Estou a pensar ir estudar para fora para o ano, talvez para a Islândia (um país que me é tão querido). Para além dos meus pais e amigos não tenho nada que me prenda aqui e uma mudança era capaz de me fazer bem.
            Estou farta de estar presa ao Ricardo, se não aconteceu nada em sete anos não é agora que vai acontecer… Pode ser que depois lá na Islândia, conheça outro rapaz que me faça esquecê-lo.
            Mas não é assim tão fácil, eu gosto mesmo dele, acima de tudo ele é meu amigo, já passámos por tanto juntos e já nos conhecemos tão bem…
            Acho-o o rapaz mais bonito que conheço, ele é ruivo, tem sardas (que acho adoráveis), um sorriso lindo, uns dentes perfeitos e aqueles olhos… São os olhos mais lindos que eu já vi, azuis. Um azul que me faz lembrar o céu de um dia quente de verão, como aqueles que passávamos juntos.
            Já passaram sete anos desde que nos conhecemos… Quando mais o tempo passa, mais gosto dele. Já não é uma paixoneta como quando eu era mais nova, tenho 18 anos mas mesmo assim não sou capaz de lhe dizer o que sinto por ele…

            Ninguém faz ideia do que realmente sinto… Nem sequer os nossos pais que sempre pensaram que ele para mim é só um amigo. Continuo sem saber o que ele sente por mim e não consigo dizer-lhe o que realmente sinto, porque tenho medo de estragar a nossa amizade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

diario de Senhor Emergencia


Diário Sexta-feira, 16 Janeiro de 2015

As 7:30H da manha, eu estava cheio de sono sem vontade de levantar-me da cama. Ainda estava o dia escuro e frio, na rua.

Levantei-me para não chegar atrasado as aulas. Aqueci o leite no micro-ondas e juntei cereais, para o meu pequeno-almoço.

Já com um pouco mais de energia fui tomar um duche, lavei os dentes, penteei-me o que as vezes é uma tarefa difícil porque o cabelo não obedece e acabo por ficar despenteado na mesma. Vesti roupa limpa, quente e desportiva porque iria ter educação física, mais tarde.

Apresei-me dei um beijinho à minha mãe e fui finalmente para escola cheio de frio apesar das roupas quentes que tinha no meu corpo.

Quando cheguei a escola encontrei os meus amigos de outras turmas, cumprimentei-os. Eles estavam a estudar para o teste de matemática que iam ter no próximo bloco.

Fui a correr para a sala de aula de ‘Biologia’, estava já em cima da hora. Tivemos a dar no primeiro tempo o campo magnético da terra e o campo magnético dos imanes e na segunda parte da aula as placas tectónicas do arquipélago dos Açores e da Madeira.

No intervalo estive a jogar basquetebol com o meu primo e os meus colegas.

Não tivemos a aula de educação física. Porque estava a chover e o campo estava molhado.

Na aula seguinte tivemos Português, a desenvolver as biografias de poetas.

Almocei na cantina, arroz com peixe e laranja, na companhia de colegas.

Rapidamente corri para casa porque tinha compromissos com a minha mãe marcados. Cheguei a casa mudei de roupa e fiz a mala para os treinos no SLB(Sport Lisboa e Benfica).

Apanhei o comboio com a minha mãe as 14:27H, para a estação do Oriente em Lisboa. No caminho descansei da correria da manha e joguei ‘Gangstar Vegas4’ no telemóvel.

No Oriente descemos as escadas rolantes para comprar bilhetes de metro cada um no valor de 1,40€.

Saímos no aeroporto de Lisboa, a minha mãe perguntou onde era a administração e os serviços de marketing da ‘ANA aeroporto de Lisboa’, a um segurança. As informações foram um bocado confusas, mas como tínhamos que la estar as 15:30H, despachamo-nos a procurar e dirigimo-nos ao 4ºandar. Telefonamos a assistente Mariana que veio ter connosco. Encaminhou-nos para os escritórios á nossa espera estavam um grupo de trabalhadores da ‘ANA’, para nos premiar com 2 malas de viagem e fotografar. Premio de um passatempo que circulou no facebook, que a minha mãe ganhou.

Ficamos felizes com a receção e ainda mais com o premio. Até porque eu vou precisar de uma das malas para a viagem aos Açores, com a escola em Março.

Regressamos com as malas de metro e saímos no Colégio Militar as 17h.

Estava cheio de fome, fomos ao centro comercial Colombo, procuramos o que nos apetecia entre pizzas e hambúrgueres. Acabei por escolher o McDonalds, e comprei com o meu dinheiro um ‘Double cheeseBurger’, porque era mais barato e sabia que ia ficar satisfeito. Depois fomos à ‘FNAC’, procurar uma calculadora gráfica para matemática, mas eram muito caras, adiamos a compra. Fomos à ‘Sport zone’, comprar um corta-vento, para utilizar na modalidade de canoagem.

As 19h fui para a ‘MediaMark’ jogar ‘FIFA2015’, para preencher o tempo até à hora do treino. Quando eram 19:45H, fui-me equipar e comecei a treinar as 19:55H.

O treino foi intenso, este fim-de-semana não fui convocado, o que me aborreceu. Mas a minha mãe ficou satisfeita, disse ela: -Assim tens tempo para estudar Inglês e Matemática, não tens que acordar cedo e não gastamos dinheiro nos transportes. Não lhe quis dizer que concordava, fiquei dividido com a hipótese. Gostava de ter ido jogar com o Estoril.

Depois do treino, doíam-me os pés. Mas como de costume fomos a pé do SLB até à estação da CP de Benfica, desta vez com as malas de viagem.

No caminho fomos a brincar com a conversa da mala grande, levar as malas, que estavam dentro da mala, e a mala, dentro da mala, da mala. Ou seja a mala grande, levava a mala mais pequena oferecida e esta por sua vez levava a minha mochila do treino e a mala da minha mãe que levava outra mala la dentro…Umas vez levava eu a mala pelo passeio, outra vez levava a minha mãe, mas lá chegamos à estação por volta das 22:13H. Compramos os bilhetes, mas como já tínhamos pouco dinheiro, compramos meio bilhete (até aos 12anos) para mim, sujeito á multa de 727€, se tivesse aparecido o revisor, corremos um risco, meio calculado.

Chegamos ao Cacém as 23H. Na saída da estação, a minha mãe estava preocupada, porque andava um rapaz que rouba malas perto de nós, mas conseguimos despista-lo porque ele ia distraído a falar com um vizinho, do nosso prédio.

Quando chegamos à porta do prédio foi um alívio, mas os pés ainda me doíam mais. Chegar a casa foi descomprimir de um dia cheio.

Quando tirei as meias, já tinha bolhas nos pés. Tentei tratar e massagear os pés e deitei-me, para escrever o meu diário.

Adormeci à 00:45H, do dia seguinte.

domingo, 18 de janeiro de 2015

O meu nome é kyara Alves e tenho 20 anos.
Nasci em 1995 no Dubai,mas,os meus pais são americanos.
Sou uma pessoa muito sincera,pacífica e compreensiva
A minha infância foi muito complicada.Os meus pais trabalhavam numa mercearia muito pobre e eu vendia bolinhos caseiros para os ajudar.Mas nem tudo isso chegava para pôr um prato de comida na nossa mesa.
Em 2010,começei  a trabalhar numa agência de modelos como funcionária de limpezas.
Aos 16 anos, fui chamada para fazer um casting,visto que tinha perfil para tal. Apartir daí começei a investir e evoluír muito na minha carreira de modelo.
Em 2012, passei a ter uma vida estável,mudei-me para a cidade,com os meus pais.
Passamos a ter uma vida melhor!!!
Os anos iam passando e ficava cada vez mais conhecida no mundo da fama.
Consegui atingir o meu maior objetivo ( dar aos meus pais tudo aquilo que nunca tiveram).
Hoje, tenho a minha própria empresa de modelos e criei  uma fundação para pessoas carênciadas.
O meu sonho é ter uma filha e poder oferecer-lhe tudo aquilo que não pude ter na minha infância
A minha Autobiografia...
                                                                                       Kyara Alves

sábado, 17 de janeiro de 2015

A minha vida



               Nasci no ano de 1898. No seio de uma família abastada do Norte. Passei os meus primeiros anos de vida numa pequena aldeia, rodeada por animais, natureza e miséria. Não vou mentir, o nome da aldeia há muito me escapou da memória e agora não tenho ninguém a quem o perguntar. Porém, ainda tenho gravada na memória os dias passados a brincar na rua, sem preocupações. Invejo a minha inocência na altura. Naqueles tempos, não reparava que os meus amigos usavam a mesma roupa todos os dias, não reparava que não iam à escola como eu, não reparava nos seus ossos que espreitavam pela pele. Arrependo-me de não ter partilhado os bolos que me enchiam a barriga. Contudo, não me censuro. Como poderia saber que eles não os tinham em casa, quando na minha eram abundantes? 
               Tinha eu dez anos quando minha mãe foi levada pela tuberculose. Ainda hoje tenho uma sensação de vazio. Chorei durante três dias. Até que ao quarto, reparei que o meu pai sofria mais do que eu. Era médico. Na altura não percebi, agora, entendo que o facto de não a ter conseguido salvar foi demasiado para tolerar. Seis meses depois, abandonamos a nossa acolhedora casa com rumo à cidade do Porto.
                Decorria o ano de 1909, o atentado a D. Carlos tinha sido há poucos meses, e no ar da grande cidade sentia-se a instabilidade. Era muito nova para perceber política, no entanto uma palavra era constante "republicano". Meu pai, um homem de rotinas, sempre bem disposto, continuava num estado de sonambulismo. Por esta razão, a minha tia, irmã de minha mãe e mãe de cinco, ficou encarregue da minha educação. Tratou-me como se fosse a sua sexta filha. Como criança que era, não compreendia porque é que o meu pai já não me sorria como costumava, porque é que não me lia à noite como a minha mãe fazia. Tinha catorze anos quando o meu pai acordou. Lembro-me desse dia com um grande carinho. Cheguei a casa, vinda da escola, quando ele me recebeu com um grande abraço. Nessa noite, cozinhou o seu aclamado cozido à portuguesa. Foi a primeira vez que me senti realmente feliz em muitos anos. Passaram uns meses, o meu pai tinha voltado a exercer, estava tudo a voltar ao normal. Até que um dia, ele me anunciou que se tinha juntado à causa republicana. A República ainda era nova e incerta, tendo apenas dois anos, ainda existiam grupos monárquicos, e haviam constantes ataques de ambos os lados. Fiquei preocupada. Tinha sido protegida toda a minha vida. Andava numa escola privada católica. E minha tia tinha garantido que todos os meus conhecimentos pertenciam à alta sociedade portuense. Os meus amigos já não eram miúdos esfomeados, mas filhos de médicos e advogados. Não consegui perceber porque é que o meu pai se queria envolver na coisa suja que era a política.
               Mais dois anos passaram, estávamos agora no ano de 1914. A Segunda Guerra Mundial tinha-se apoderado da Europa. Era um Verão quente. O meu pai tinha ascendido politicamente e era um dos homens mais próximos de Bernardino Machado, por esta razão não se pôde afastar da cidade. Assim, fiquei de férias “presa” no Porto. Passeava pela cidade durante o dia. Foi num desses dias, na livraria Lello, um dos meus locais favoritos, que o conheci. Todos momentos, todas as pessoas que passaram pela minha vida, nenhuma foi tão marcante como ele. Estava encostado a uma estante, com um ar despreocupado, natural. Viu-me e sorriu. Senti-me corar. Ele veio falar comigo. Apartir daí tudo se desenrolou.  
               No ano seguinte o meu pai morreu, ataque cardíaco, disseram. Não derramei uma única lágrima. O vazio no meu coração aumentou. Mudei-me para casa da minha tia. A solidão apoderou-se de mim. Não tinha ninguém, era orfã. Demorei meses a recompor-me. Tinha dezoito anos na altura. Finalmente tornei-me mulher. Até então agarrara-me à minha meninice. Porém, após perder todos os que eram mais queridos, já não me sentia mais aquela rapariga inocente e amável. Engravidei. Fui expulsa de casa da minha tia e casei-me.  
               O meu bebé nasceu no dia 14 de Março de 1917. Mais uma vez encontrei a felicidade. Não consigo descrever o sentimento de ter o pequeno rebento do nosso amor nos meus braços. Éramos uma família feliz. Como sempre na minha vida, a felicidade durou pouco. Em Junho, ele foi recrutado para a guerra e partiu para a Flandres. Foi assim que perdi o amor da minha vida.
               Ele voltou um ano depois, a 17 de Novembro. Contudo, os demónios da guerra perseguiam-no. Pouco depois do seu regresso, deixei cair um prato, ele começou a gritar desvairado e atirou-se ao chão. Deitei-me ao lado dele e abracei-o até que acordei o dia seguinte. Diversos acidentes do tipo se sucederam. Ele não conseguia ser nem marido nem pai. Era um miúdo desorientado e torturado. Na altura, dei graças ao dinheiro que tinha herdado do meu pai. Sem ele não sei como tínhamos conseguido sobreviver. A vida de luxo há muito tinha desaparecido. Agora, vivíamos num pequeno apartamento. Passaram três anos até que, pela primeira vez, ele pegou no filho. Foi com grande espanto que o encontrei a embalá-lo. Até então, tinha-lhe apenas pegado na mão, ou feito uma pequena festa na cabeça. Penso que tivesse medo de o magoar. Encarei aquele pequeno momento como um sinal de mudança, de que ele estava a melhorar. Foi nessa altura que voltamos a ser marido e mulher.
               Em 1923, fui mãe pela segunda vez. A nossa relação estava longe de ser a relação apaixonada que era antes da guerra. Porém, lentamente os pequenos gestos carinhosos voltavam à nossa rotina.
               Considero que os anos que se seguiram não foram relevantes, mais do mesmo, me atreverei a dizer: filhos, casamento, problemas económicos, ditadura, pequenos surtos e lembranças da guerra. Problemas que se poderiam observar na maioria das famílias da nossa geração. Penso que foram todos os percalços que tive na vida que me tornaram o que sou hoje, uma mulher forte.  Foram todos os momentos de miséria que me levaram a querer fazer o bem e a não desistir de lutar pelas minhas convicções. Também tenho que agradecer ao meu marido, foi ele que me fez amadurecer, me abriu a novas ideias e realidades. Foi uma relação difícil, não minto, mas foi o amor da minha vida. Hoje, dia 25 de abril de 1975, com 77 anos, vou votar pela primeira vez e fá-lo-ei com a memória do meu pai e do que defendia na memória.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Não tenho muitas memórias boas, apenas vivências de um passado ainda muito presente, em que de poucas me orgulho.
Lembro-me do dia em que te conheci, lembro-me que te irritas-te comigo nesse dia, não me lembro muito bem da razão, mas devo ter sido imbecil, como sempre.
Lembro-me das piadas, das conversas, das horas infindáveis ao telemóvel, das pequenas coisas, pequenos gestos, olhares, sorrisos. Recordo-me de quando soubeste dos rumores que havia sobre nós, achaste piada e disseste "nem tudo o que parece é".
Conheço-te, mas não de cor. Sei-te como se fosses tudo, porque o és.
Lembro-me das noites em branco, as insónias, pensando que errei, que se te perco volto ao vazio, à solidão, mas no dia a seguir, sorrias e eu sorria-te de volta, como se perdoasses o meu fracasso como criatura.
Lembro-me das parvoíces que dizia, tão patéticas, mas faziam-te rir, e o teu sorriso é tão belo, mas tão belo, que desvia a minha atenção de maus pensamentos.
Sabes a minha história, e incrivelmente, aceitas, lembro-me de quando me disseste que não sou o meu passado, sabes dos meus medos, inseguranças, erros, e mesmo assim, pedes-me para não mudar. Não percebo, não consigo perceber, como é que uma pessoa que escavou o próprio buraco, que bateu no fundo, pode ser o que precisa o elemento mais importante da minha curta e já não destituída vida.
Talvez chegue o dia que eu tenho que aceitar que já não sou o que era, e que tu percebas que és o que mais preciso, até lá, afogar-me-ei em memórias...

T.B

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Cacém, 15 de Janeiro de 2015

Querida Bi, 

Como estão a correr as coisas por aí? As tuas aulas já começaram? Espero que te apliques e que continues com os teus excelentes resultados, visto que cá em Portugal não te conseguiste adaptar muito bem. Não percas mais nenhum ano! 

Tenho imensas saudades tuas e quero que saibas que fazes imensa falta por aqui. Sinto falta do tempo que passávamos jutas, das nossas brincadeiras infantis, das nossas conversas mais sérias, de jogar voleibol contigo, de te fazer companhia até a tua mãe chegar. Tenho saudades de ouvir a tua voz, saudades de te abraçar, saudades de rir contigo. 

És uma das melhores pessoas que já conheci. Tens um ótimo sentido de humor, és uma pessoa encantadora, honesta, meiga, querida, dedicada, preocupada e amável. Mas também consegues ser bastante teimosa, preguiçosa, comilona e, por vezes, muito calada. Acima de tudo és uma amiga em quem sei que posso confiar e com quem já passei grandes momentos. É inexplicável tudo o que me proporcionaste.

Mesmo estando longe sei que não vamos perder o contacto, não vai ser um oceano que vai destruir a nossa amizade. Podes contar sempre comigo e eu sei que posso contar contigo. Não vai ser igual, é verdade, mas também não será o fim do mundo! Voltaremos a estar juntas pessoalmente e desfrutar de momentos deliciosos que ficam nas nossas memórias. 

Talvez no Verão vá para os meus tios e como tu prometeste vais lá visitar-me. Depois voltas comigo para Portugal para reencontrares com as pessoas que te são queridas e de quem te tiveste de separar sem uma despedida. Pois é isso o que mais custa, não estar longe, mas sim não ter havido uma despedida e uma preparação psicológica para tal acontecimento. 

Beijinhos da tua tuguinha, 

P.S.: Ainda guardo com carinho a bonequinha que me deste, deixo-te uma fotografia como prova. 



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Hoje dia 14 de Janeiro, venho-te contar como têm sido as minhas férias. Vamos amanha embora do Rio, parece que já sinto saudades deste calor, e das pessoas daqui, é completamente diferente de Portugal.
Vir ao Brasil sempre foi um sonho, lembro-me der vindo ao Brasil quando era pequena, ficamos hospedados em bungalows, acordávamos e tinhas vacas a pastar á porta, vestimos-nos e íamos de barco para a praia para podermos tomar o pequeno almoço. O meu pai contou-me que soube que os donos passado um tempo acabaram por abandonar tudo, talvez por falta de dinheiro.
Agora, aqui no Rio de Janeiro as coisas são completamente diferentes, parece tudo muito bonito e quando cá chegamos a primeira coisa com que nos debatemos foi principalmente a pobreza e a humildade das pessoas, as favelas são um bom exemplo disso. O o nosso hotel fica mesmo ao lado de uma favela.
Já visitamos copa-cabana, matámos as saudades que tínhamos de beber água de côco. Ontem fomos ao Cristo Rei, infelizmente estava em reconstrução e também estava nevoeiro, ou seja não se via o Cristo Rei, mas o caminho até chegarmos ao cimo era completamente lindo tem uma vista completamente incrível, já para não falar das pessoas que vão dentro do comboio ou eléctrico a cantar e a tirar fotos com os turistas.
Queríamos ir também á Cana de açúcar mas todos dias tinha uma fila interminável, pensávamos que dava para irmos lá hoje, levantamos-nos as 8 horas da manha mas mesmo assim e a essa hora já tinha uma fila interminável por isso acabamos por desistir e fomos aproveitar o resto do dia para a praia.
Adorei completamente conhecer o Rio de Janeiro e espero sinceramente um dia cá voltar.

Já não escrevia aqui á imenso tempo, é bom poder escrever tudo o que passei, aqui.
Até amanha, ISGM

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

"Acredita em Deus quer dizer, em Jeová?" 
O meu pai sempre me ensinou que estudar o Talmud era a forma de nos aproximarmos a Deus,  e lhe falarmos de alma e coração aberto. Ele era o rabi da sinagoga da nossa aldeia, uma pequena aldeia nos arredores da Checoslováquia e incutiu-me desde tenra idade a devoção e amor que deveríamos ter por Deus, pois Ele é nosso pai e merece que nos entreguemos totalmente à Sua mercê. Estudei as sagradas escrituras com o objetivo de um dia seguir as suas pisadas e ser também um rabi, que a meu ver era o compromisso supremo que o Homem podia ter com Deus. E assim se passou a minha infância. Estudar, jejuar e estudar de novo. 
Estávamos em fins de 1940tinha eu acabados de fazer 16 anos, e estava em casa com a minha família a celebrar o jantar de Shabat, quando de súbito ecoou pela casa o som ensurdecedor de um apito. Levantei-me e fui à janela para tentar ver o que era quando surgiram do horizonte dezenas de soldados com uniformes esverdeados e armados até aos dentes. Eram soldados alemães. A minha mãe aproximou-se e ao se aperceber da situação rapidamente correu para o quarto e escondeu todas as joias numa tábua solta do soalho do chão. O meu pequeno irmãozinho chorava com o barulho dos tiros e os gritos que entretanto se começavam a ouvir do lado de fora de casa e o meu pai permaneceu sentado, inerte, e apenas disse "devíamos ter fugido enquanto tivemos tempo". O tema mais falado nas semanas anteriores pela aldeia diariamente era a guerra e as constantes questões de "será que nos invadirão a seguir?", mas nunca ninguém achara mesmo que tal acontecesse, devido a sermos uma aldeia pequena sem ligações políticas ou importância, e vivíamos assim, cientes do perigo eminente mas demasiado cegos para realmente o sentir. E agora que estava ao alcance de uma mão, esse perigo, realmente nos apercebemos do quão ingênuos fomos em relação a Hitler e o seu exército. Ouviram-se passos cada vez mais perto e de súbito 2 soldados entraram de rompante pela casa e agarraram a minha mãe enquanto apontavam grandes armas ao meu pai, e arrastaram-nos a todos para fora de casa até uma fila cheia de pessoas assustadas no meio da praça, pessoas que outrora foram nossos amigos e vizinhos, todas juntas a partilhar o mesmo pavor.Devemos ter ficado nessa fila horas a fio até os soldados terem evacuado toda a gente das suas casa que agora já não eram suas, quando um deles gritou a alto e bom som "mulheres para a esquerda, homens para a direita" e o pânico instalou-se entre todos. Famílias separadas, crianças a chorar. A minha mãe agarrou-me pelo braço a tremer e apenas me disse "toma conta do teu irmão Idek", enquanto um soldado a puxava para uma fila contrária. Essa foi a última vez que a vi com vida.Aconteceu tudo tão rápido e no entanto lembro-me perfeitamente de ver a situação em câmara lenta. Fiquei junto do meu pai e do meu irmão enquanto fomos levados até grandes vagões de comboio, donde partimos para um campo de trabalho na Bélgica, "Breendonk" , ao qual a viagem durou pouco mais de 3 semanas, sem que uma única vez nos fosse dada água ou comida. Para além da falta de alimento, o cheiro e calor eram insuportáveis, devido ao excesso de carga do vagão.De cada vez que o comboio parava, pelo menos 10 pessoas ficavam na "estação" falecendo pela fome, ou desidratação. O meu irmão foi um dos que não resistiu, sendo pequeno e fraco, sucumbiu à fome. Lidei bastante mal com a sua morte mas sendo eu devoto a Deus, nunca questionei o seu plano, e ao chegarmos ao campo e a todo o caos que este emanava, sempre lhe agradeci por passar eu e o meu pai mais um dia vivos, mais um dia com pão, mais um dia em que as sovas ou o trabalho desgastante não nos colhiam. Mais um dia sem sairmos pela chaminé. Mas o meu pai já era velho. E não resistiu à doença. A febre do tifo foi a sua partida definitiva. E nessa altura pela primeira vez senti raiva. Senti uma raiva genuína de Deus. Se ele nos ama, se somos nós o povo escolhido, porquê fazer os inocentes sofrer? Qual é a recompensa na injustiça? Deixar-nos apodrecer nestes campos, deixar o nosso sangue jorrar pela diversão alheia era necessário para Ele? O que fizeram os Judeus que sempre O adoraram?E senti que algo na minha alma partiu com o meu pai. A minha fé foi drenada de mim e a partir desse dia, do dia em que o tentei acordar quando ele já não podia fazê-lo, deixei de acreditar. Porque acreditar seria celebrar o plano de um sádico e eu ainda me sentia demasiado humano, apesar de não ser tratado como um, para sucumbir também. Sobrevivi ao Holocausto, o meu campo foi libertado em 1944 e fugi para os E.U.A. Sobrevivi ao caos, à perda, e aos meus próprios limites enquanto humano e no entanto, algo morreu em mim, algo que até hoje não consegui reavivar. Deus morreu em mim.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Minha vida nunca foi um mar de rosas  e também não queria que fosse pois se fosse não seria quem sou hoje e também tive de passar muitas barreiras. Foram essas barreiras que fizeram de mim quem sou hoje e orgulho-me de ter passado essas barreiras pois orgulho-me da minha pessoa.

Desde pequena que os meus pais sempre discutiram e sempre sofri com isso pois não fui uma criança tão feliz como aquelas que os pais que se dão bem mas mesmo assim mantive o sorriso na cara. Naquela altura ainda não percebia muito bem porque é que discutiam e quando o faziam chorava e todo o meu corpo tremia e lembro-me da primeira vez que eles tinham discutido e a sensação nem dá para descrever.

No divorcio dos meus pais fui quase obrigada a crescer mais rápido que os outros e passei a ser mais fria e cautelosa com as minhas palavras. E na altura tinha 12 anos e é uma idade que é confusa porque foi a partir daí que me comecei a descobrir me e tive de mudar de estilo de vida pois não estava habituada a ter 2 casas. Depois ver os meus pais a seguirem com a vida deles foi difícil porque estive a minha vida toda habituada a vê-los juntos e não com outras pessoas mas ao longo do tempo como vivi assim durante muito tempo deixou de ser difícil e aí percebi que foi um obstáculo destruído e eu a crescer melhor e feliz. 

Tinha terminado o meu 9º ano e tive de mudar de escola e deixar para trás os meus amigos não foi fácil mas se segui este caminho por alguma razão foi. Esta mudança teve altos e baixos mas não foi por esses motivos que fazer amigos e seguir a vocação que eu queria. Abandonei a escola no 12º ano por motivos económicos e comecei a trabalhar , para ajudar a minha mãe que estava muito doente e precisava de dinheiro para o transplante de coração. Esta sim foi a pior das piores alturas até agora da minha vida, mas não desisti pois lutei até conseguir o meu objectivo e ver que a minha mãe estava a recuperar , demorou mas ficou bem e é só isso que eu desejo para ela todo o bem do mundo para o sofrimento que ela já passou. 

SC

domingo, 11 de janeiro de 2015

Hoje dia 11 de Janeiro escrevo mais um texto neste meu velho caderno, desta vez sobre mim próprio e sobre os aspetos/acontecimento mais importantes da minha vida, que a mudaram e a mim: o divórcio dos meus pais, a minha entrada para a universidade, o meu casamento e o nascimento dos meus filhos.

O divórcio dos meus pais foi muito importante porque ocorreu numa altura em que acontecem grandes mudanças em todos os adolescentes e pré-adolescentes quer no corpo quer na mente - a adolescência. Este acontecimento fez com que crescesse de forma um pouco diferente dos adolescentes cujos pais são casados e fez também com que eu ficasse com uma forma diferente de olhar para a vida. Na altura não me senti muito bem pois foi um tempo difícil e de grande confusão na minha cabeça. Com essa experiência aprendi que a vida nem sempre é como pensamos que vai ser, nem como nos dizem que supostamente é.
A minha entrada para a Universidade Nova de Lisboa na Faculdade de Ciências e Tecnologias no Departamento de Matemática foi importante porque foi nessa altura que decidi qual seria a área em que me iria especializar, qual seria a área em que mais gostaria de trabalhar. Sentis me bem nesse tempo mas sabia que era uma das maiores responsabilidades  que iria ter na vida, pois estava a decidir o meu futuro e esse pensamento era constante na minha cabeça. A entrada na Universidade fez com que me tornasse uma pessoa mais responsável e trabalhadora e com essa experiência apercebi-me que primeiro temos que pensar muito bem no que vamos fazer e nas decisões que vamos tomar e que depois temos que nos esforçar muito para conseguirmos realizar as tarefas e objetivos a que nos propomos. Aprendi também que apenas conseguimos atingir esses objetivos com muito esforço e trabalho árduo.
O meu casamento e o nascimento dos meu dois filhos a Matilde e o Pedro foram extremamente essenciais porque foram esses acontecimentos que deram início a uma nova vida, primeiramente uma vida a dois e posteriormente uma vida em família e em prol desta. Nessas alturas senti me extremamente feliz e em parte realizado e não podia desejar que a minha vida corresse melhor. Provavelmente estes foram os acontecimentos mais marcantes e importantes de toda a minha vida e com eles tornei me uma pessoa muito mais responsável, pois não me podia preocupar apenas comigo mas sim com todos aqueles que dependiam de mim - a minha família. Com estas maravilhosas experiências aprendi que o mais importante na vida é a família e bem estar desta.

Durante a minha vida ocorreram mais alguns aspetos que foram importantes, aliás todos eles têm o seu grau de importância, porém julgo que estes três foram de longe os que demonstraram o maior nível de importância, pois foram eles que melhor contribuíram para fazer de mim a pessoa que sou hoje, com todos os meus defeitos e as minhas virtudes, os meus ideais e os meus valores.
denomino me hipernova de zarkyus , tenho 2 milhoes de anos , 2 milhoes de anos tive eu de esperar para publicar esta minha historia de vida ,mas vamos ao inicio da historia                                                                   Nos primordios do universo entre muitas estrelas, estava minha estrela-mae zarkius BR-260,ela tinha um desejo,que eu  descobri.. O desejo de minha mae era q eu ,seu filho,pudesse mudar o rumo dos acontecimentos do universo , pelos vistos no tempo dela o universo ainda era muita escuridao , e pouca luz. Entretanto, minha mae estava ja muito velha , e passado pouco tempo morreu, e nasci eu, hipernova de zarkius , estrela de terceira geracao , com um brilho branco-azulado,nunca estava quieto ora explosao para aqui, ora explosao para ali,mas nunca uma explosao que conseguisse trazer aquela luz q conseguisse iluminar todo o universo . Vivia frustrado por isso mesmo. Um dia estava eu a vaguear pelo universo e nao muito longe , sensivelmente a 35 amos luz, avistei meu amigo Sirius black 97, lembro me que minha mae nao  gostava muito de Sirius black 97 , ela dizia que ele nao era de fiar, mas eu nunca lhe liguei, Sirius black 97 estava tambem a vaguear como eu , mas reparei que ele estava muito em baixo , estava doente , sabia q ele era a estrela mais forte do universo , e era muito estranho estar doente, mas ele estava. Lembro me de ele me dizer para me afastar dele , que ele era , tal como minha mae dizia , que ele era muito mau , e eu mais uma vez nao fiz o que minha mae disse . Passados poucos milhoes de anos Sirius black 97 explodiu , e de repente fez se a maior luz que o universo jamais assitira, e assim nasceram milhoes e milhoes de estrelas , afinal o desejo de minha mae foi cumprido pela estrela que ela menos gostava , o meu amigo Sirius black 97 
Sabia que isto acontecera pelo simples motivo de que Sirius black 97 tinha uma grande coracao , ele sabia que era a estrela mais forte e brilhante do universo mas nunca fez mal a nenhuma outra estrela mais fraca do que ele, por isso ele merecia que o desejo de minha mae fosse cumprido por ele.Comecei a pensar que ele fez a explosao que fez por ter um GRANDE CORACAO, E lembrei me que minha mae me dizia que eu tinha um grande coracao .Hoje ja nao sou pequenino, sou um adulto , e que adulto,e espero um dia , quando morrer , ter uma explosao tao bonita como teve o meu falecido amigo SIRIUS BLACK 97

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A Caixinha de surpresas da Nutella De Neve ...
 O meu nome profissional é Nutella De Neve , como é óbvio não posso revelar meu nome verdadeiro !
Sou a Nutella De Neve , tenho 19 anos , Sou Brasileira , descendente de Americanos...
Durante a minha infância eu diverti-me imenso era uma miúda super rebelde.
Estudei até ao 12º ano,sempre com boas notas e médias, hoje estou eu a estudar Literatura!
Sou extrovertida , simpática , alegre , mas tenho um feitio especial bastante complicado por vezes ...
Sou bastante compreensiva , boa ouvinte , sociável e adoro ajudar os meus amigos , no fundo sou muito sensível e gosto sempre de estar bem com toda a gente!
O meu grande sonho é ser um dia escritora , criar o meu próprio livro , fazer o que mais gosto , escrever ...
A minha Autobiografia,
Nutella De Neve

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

                                                                                                                    8 de janeiro de 2012
Meu grande amigo,

Não via a hora de chegar a casa!
Precisava de desabafar e só tu e que me entendes. Estas coisas só acontecem comigo!
Tu bem sabes que eu procuro fugir à confusão, mas naquele dia o destino estava a meu favor.
Voltei a sala para buscar a carteira que tinha deixado na minha secretária e encontrei-os na secretária do Daniel. Estavam no computador dele. Escondi-me por trás da porta e tentei ouvir o que estavam a dizer . A minha cabeça dizia-me para sair rapidamente dali, mas outra parte de mim dizia-me para ficar. Estavam a fazer ao Daniel aquilo que já tinham feito comigo. A diferença é que desta vez eles não se irão safar . Fui ouvindo pouco a pouco a conversa e tentei juntar todas as peças, de forma a perceber o que pretendiam. Sei que sabes como fiquei.O suor escorria-me pelo rosto e a sensação que tinha é que aquelas gotas de suor iriam denunciar-me. Espreitei e reparei que eles estavam a alterar dados dos relatórios de contas. Afastei-me da porta e imediatamente liguei para o Daniel, disse o que se passava e também lhe pedi para ligar para a PSP. Não queria que eles soubessem que tinha sido eu, mas não podia perder aquela cena.
Sei que aquilo que sentia não era o sentimento mais nobre e que nem me deveria orgulhar dele, mas tu, meu diário, sabes que eu merecia a vingança por tudo o que me fizeram passar. Mesmo assim as cicatrizes jamais sarariam.
Consegui sair como faria.uma serpente. Rastegei e ninguém deu por mim.

Assisti ao melhor espetáculo deste século e a minha alma foi vingada.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015


5 De Janeiro de 2005


Querido Diário,

Escrevo-te, pois és a minha melhor maneira de comunicar com o mundo. Escrevo-te em folhas descoradas, pálidas. Algumas manchadas com chocolate e café, provenientes do caderno de escrita que a minha avó me deu tinha eu 6 anos.

Encontro-me com essas mesmas folhas em cima do meu colo, na tentativa de escrever palavras que façam sentido para explicar os anos da minha ausência. Tentativa essa, dificultada pelo facto de estar sentada num autocarro e não na secretária onde costumo escrever.

Já há 3 horas que me encontro sentada no mesmo sítio e as palavras não fluem como eu gostaria, também percebo que não se possa explicar numa simples carta o “porquê” de ter estado estes anos todos sem comunicar. A única coisa que me invade a mente é o cheiro a eucalipto e o som dos galhos a estalar nas rodas do autocarro. Nada mais me distrai já que, as poucas pessoas que viajam no mesmo estão todas a dormir.

Bem, voltando à escrita, tento mais uma vez de pensar como hei-de começar a carta. O tempo está a esgotar-se e daqui a pouco é quase dia. Provavelmente não escrevo carta nenhuma, não consigo pôr as tantas palavras que gostaria de dizer numa folha de papel A4.

O meu pai ligou-me ontem. Foi a primeira vez que falei com ele. Senti sofrimento, mágoa, tristeza nas palavras que me ia dizendo. Soube que a minha mãe ia ser operada a um tumor. Deve ser por isso que me meti no primeiro autocarro em direção à terra dos meus pais, depois de tantos anos a tentar fugir da rotina, vou voltar para casa.

Ela há-de superar isto, já passou por muito, deve ser por isso que é a mulher forte e destemida que é hoje e que eu tanto admiro. Falta pouco mais de 3 dias para chegar á terra, por isso tenho de escrever a carta antes de lá chegar.

Enfim, acho que esta viagem me vai fazer bem. Preciso de desanuviar e isto veio mesmo a calhar.

Até ao próximo dia, que me lembre de te escrever.

                     Beijinhos, Victória De Melo