17
de março
Os meus pais partem daqui a dois dias
para as Caraíbas para celebrar o seu aniversário de casamento, e eu tenho de
ficar em casa sozinha pela primeira vez. Eles nunca foram assim de férias sem
mim, mas desta vez disseram-me que eu já estava a ficar crescidinha e que já saberia
tomar conta de mim. Sinceramente não me importo, uma semana sem pais, posso
fazer o que eu quiser… parece-me bem. Vou ter saudades deles, mas também é só
uma semana e eles irão regressar sãos e salvos.
Estou a pensar ir estudar para fora
para o ano, talvez para a Islândia (um país que me é tão querido). Para além
dos meus pais e amigos não tenho nada que me prenda aqui e uma mudança era
capaz de me fazer bem.
Estou farta de estar presa ao Ricardo,
se não aconteceu nada em sete anos não é agora que vai acontecer… Pode ser que
depois lá na Islândia, conheça outro rapaz que me faça esquecê-lo.
Mas não é assim tão fácil, eu gosto
mesmo dele, acima de tudo ele é meu amigo, já passámos por tanto juntos e já nos
conhecemos tão bem…
Acho-o o rapaz mais bonito que
conheço, ele é ruivo, tem sardas (que acho adoráveis), um sorriso lindo, uns
dentes perfeitos e aqueles olhos… São os olhos mais lindos que eu já vi, azuis.
Um azul que me faz lembrar o céu de um dia quente de verão, como aqueles que passávamos
juntos.
Já passaram sete anos desde que nos
conhecemos… Quando mais o tempo passa, mais gosto dele. Já não é uma paixoneta
como quando eu era mais nova, tenho 18 anos mas mesmo assim não sou capaz de
lhe dizer o que sinto por ele…
Ninguém faz ideia do que realmente
sinto… Nem sequer os nossos pais que sempre pensaram que ele para mim é só um
amigo. Continuo sem saber o que ele sente por mim e não consigo dizer-lhe o que
realmente sinto, porque tenho medo de estragar a nossa amizade.
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