domingo, 4 de janeiro de 2015

Diário de guerra, dia 12 de Maio de 1917,
 
 
Hoje foi mais um dia desta enorme e penosa guerra, como de costume nas trincheiras não se vislumbra uma pequena luz de esperança de terminar com ela.
Este foi um dia agitado, sofremos um ataque do lado inimigo,mas não me posso queixar, afinal de contas estou vivo. Aconteceu por volta das 11.35h da manhã quando começamos a ouvir projéteis a voar que explodiam como bombas quando atingiam o solo, parecia que o céu ia desabar sobre as nossas cabeças. Rapidamente todos nos organizámos, pegámos nas armas e tomámos as nossas posições. Uns nas trincheiras, outros na vegetação e outros avançavam em direção ao inimigo, tudo isto para defender o território que os nossos invasores queriam tomar.
As armas e os canhões eram carregados, vezes e vezes sem conta, era inaudível o barulho e o som que estes faziam sempre que eram apontados para o campo de batalha e disparávamos para tentar impedir os invasores de se chegarem mais perto das nossas linhas defensivas.
Carreguei várias munições nos canhões, nunca vivera tamanha confusão como a de hoje. Soldados corriam de um lado para o outro e nenhum de nós sabia o que nos esperava. Lembrar-me-ei para sempre das expressões de medo e terror estampadas nos rostos de todos nós.
Finalmente depois de horas de bombardeamentos que pareciam não terminar, conseguimos controlar a invasão e a batalha terminou. Tudo mergulhou num enorme silêncio. Não sei quantos mortos houve, mas sei que se perderam muitas vidas nas chamadas ´´terras de ninguém``. Os corpos foram recolhidos e colocadas em valas-comuns, foi uma imagem horrivel, ver todas aquelas pessoas serem enterradas de forma tão pouco digna.
Depois de toda esta azáfama fico feliz por ainda conseguir escrever sobre ela, muitos dos que conheço já não estão na posse de todas as suas faculdades e tudo graças a esta guerra, custa-me pensar na quantidade de pessoas que morrem todos os dias por causa dela e não consigo deixar de me sentir culpado pois também eu participo nela.
Tudo o que mais desejo é que esta guerra acabe depressa, para que possamos todos voltar a casa.

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