Eram 9 da manhã quando soube. O dia estava cinzento e o sol não tinha o seu brilho diário. As nuvens eram enormes, como fumo de um cigarro. O barulho da rua era enorme, como habitual. O comboio fazia o seu chiado ao parar na estação. O meu telemóvel tocou.
-Estou? Diz mãe.
-O avô faleceu agora.
E de repente já não havia barulho dos carros, das pessoas, do comboio. Já não havia luz, não haviam nuvens, não havia sol. Tudo ficara escuro, meu mundo desabara aos meus pés. E quando desliguei a chamada, apercebi-me da realidade: só damos valor quando perdemos.
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