quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Era a véspera de Natal, sim, o dia em que as crianças ficam muito alegres e esperam impacientes para abrir os presentes. As famílias preparam o peru  para assar, o bacalhau para cozer com os legumes e cantam músicas de Natal, mas a minha família  não era assim.    
Naquela altura a nossa casa situava-se num bairro muito pobre, onde não existia o natal.
Natal para nós era um dia qualquer e muito aborrecido... pois recebiamos sempre a mesma coisa: dois pares de meia feitos com muito amor pela minha mãe e setenta e cinco tostões  que eu gastava para comprar comida para os meus irmãos.
À meia-noite, ceavamos.Era uma mesa muito pobre.Havia uma perna de peru assada na lenha, uns bocados de pão e para beber tinha água,não era a melhor mesa que existia, mas,o que importava era a intensão.
Passado cinco dias a minha mãe adoeceu, apanhou a febre amarela o qual não resistiu. Foi horrível! Para piorar, o nosso pai  abandonou-nos e passamos muita fome.    Tudo estava contra nós,parecia que Deus queria castigar-nos. Eu não desejaria a infância que tive a ninguém. A vida é mesmo assim e no meio de coisas ruins, pode sempre surgir algo bom.
Hoje, sou uma mulher  rica e bondosa mas, o dinheiro não é tudo na vida,o que importa é ter saúde e ter os nossos familiares por perto.

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