segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Dulce,

Espero que estejas melhor do que da última vez que te vi.
Como não me atendes as chamadas e sei que estás na casa de campo dos teus tios, este foi o único meio que encontrei para te pedir desculpas. Procurei dar-te algum tempo, sem interferir nos teus pensamentos, mas acho que , por tudo o que vivemos, deves ler esta carta.
Sei que as coisas não correram como esperavas,mas tens essa mania de tentar controlar tudo.E o “tudo” é impossível de prever.
Tens de acreditar que eu não planei o que aconteceu.Como nos filmes,eu estava no lugar errado a hora errada. Nunca te enganei! Sempre soubeste que ela não me era indiferente. Disso não me podes acusar, mas é contigo que quero ficar!
Provavelmente, o que te vou contar agora não servirá para me perdoares. Mesmo assim quero dizer o que realmente aconteceu!
Passei o dia a organizar a papelada necessária para a reunião. Não tive tempo de pensar em mais nada. Tinha esperança que o final do dia iria compensar aquele desgaste emocional, pois estaria contigo. Na reunião, as coisas correram bem. Fui elogiado por todos os meus colegas. Pensava eu que, depois daquela prestação, estaria dispensado do almoço do grupo. Mas o Dr Esteves não aceitou as minhas desculpas e exigiu a minha presença. Lá estava ela sorridente como da última vez que a vi. Desviei o olhar, mas ela levantou-se e veio na minha direção. Sabes bem que eu não tinha nada importante para lhe dizer, pois ficou tudo dito. Contudo, ela assumiu o papel de filha do diretor geral e impôs a sua presença. Sei que fui fraco e que deveria ter fugido o mais rápido possível daquela situação. Mais um vez mostrei a minha falta de maturidade e deixei levar-me. Quando menos esperava, já estávamos a dormir juntos. Podes não acreditar, mas o arrependimento foi imediato! Errei mais uma vez!
Sei o que fiz e sei que isto vai ser um grande choque, quando leres esta carta, mas espero que um dia me possas perdoar. Contei-te a verdade e espero que isto valha alguma coisa. Não me orgulho do que aconteceu!
Do teu...

Imanol

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