quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

1 de Novembro de 1755

Era dia de Todos os Santos, estava um dia calmo e belo na cidade de Lisboa. As crianças, preparavam-se para ir pela cidade pedir o Pão por Deus e várias pessoas encontravam-se nas igrejas. Ninguém poderia imaginar o que ia suceder naquele agradável dia.
Estava a andar por entre as ruas, quando de repente o chão, os prédios e tudo o que me rodeava começou a tremer e a abanar de um lado para o outro. Ouvia várias pessoas a gritar e outras tantas a correr para as margens do rio Tejo, na esperança de fugirem daquele cenário de caos e destruição.
Algumas pessoas, incluindo eu, corriam para o lado contrário da multidão em direção à zona mais elevada de Lisboa, onde se situava o Castelo de São Jorge. Passados cerca de 5 minutos tudo parou novamente e reinou o silêncio. Do topo das colinas podiamos observar a zona baixa da cidade onde a destruição era imensa e incalculável. O céu estava negro devido aos inúmeros incêndios que deflagraram nos escombros dos prédios e das igrejas que desabaram durante o terramoto. Contudo toda esta destruição ainda não tinha acabado, do alto das colinas consegui observar que as águas das margens do Rio Tejo começaram a recuar, o que me deixou preplexo, contudo não tive muito tempo para pensar na situação pois, logo em seguida uma onda enorme elevou-se perante Lisboa, destruindo o porto e a sua zona central, como um gigante que esmaga a insignificante formiga.
Todos os que durante o terramoto haviam procurado abrigo junto das margens do Tejo, acabaram afogados por aquela enorme onda que engoliu Lisboa. Eu observava impotente do topo da colina a destruição da baixa Lisboeta. Após todos estes acontecimentos, restava-me apenas tentar encontrar e ajudar sobreviventes daquela tragédia, tentámos de tudo e trabalhámos até não podermos mais, mas a cada dia que passava a esperança de encontrar alguém no meio de toda aquela devastação era cada vez menor.
Durante 6 dias deflagraram incêndios continuamente e era praticamente impossivel encontrar uma única casa que estivesse de pé, Lisboa tinha desaparecido.
Depois deste dia trágico, Lisboa ficou devastada e irreconhecível e muitas vidas foram perdidas, foi preciso muito esforço e tempo para reconstruir a capital portuguesa. Contudo depois de toda esta devastação, uma nova Lisboa nasceu, mais organizada, resplandescente e preparada para enfrentar outras adversidades futuras.

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