sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ciência e Progresso

«As ciências progridem, como as técnicas, aniquilando o velho, antiquado e obsoleto; para elas, o passado é um cemitério, um mundo [de objetos] morto[s] e superado[s] pelas novas descobertas e invenções.»
                          
Llosa, Vargas (2012). A civilização do espetáculo, p.68. Lisboa: Quetzal.


                A Ciência tem um papel de destaque na sociedade actual. Sem ela, o conforto e o estilo de vida a que o ser humano se habituou não seria possível. Tecnologias que se tornaram essenciais ao seu dia não existiriam e não teria conhecimento sobre o que o rodeia. A Ciência faz perguntas como “Porquê?” e “Como?” e tenta respondê-las.
            Esta tese defende que à medida que as ciências e as técnicas avançam, o conhecimento anterior perde a sua relevância e cai no esquecimento. Podemos observar este acontecimento nas novas tecnologias, é sempre procurado obter o mais recente modelo, visto que este tem uma performance superior. Esta tese também é corroborada pelo conhecimento científico em si, conhecimento este que nunca deve ser tomado como certo ou imutável, uma vez que o que hoje se pensa ser verdade pode não o ser amanhã. Há 500 anos atrás, a Terra era considerada plana, após os Descobrimentos, descobriu-se que era esférica. Há 500 anos atrás, o Sol girava à volta da Terra, após a descoberta do telescópio conclui-se que era ao contrário.
            No entanto, a tese não se encontra completamente correcta. Esta afirma que quando há progresso e novas descobertas, as anteriores são esquecidas e tornam-se inúteis, uma proposição que não é verdadeira. O conhecimento anterior continuará a ser importante. Primeiramente, este tornar-se-á uma prova da evolução de uma dada matéria em estudo, observável no Modelo Atómico. Depois, o conhecimento original representa a base a partir do qual se deu o desenvolvimento. Existiria a calculadora se primariamente não se tivesse inventado o ábaco? Finalmente, o progresso não significa que uma dada invenção ou matéria fique absoleta. Como prova temos uma das maiores invenções de todo os tempos, a roda. Foi esta invenção que permitiu que o mundo seja como é, podemos observar variações desta em diversos objectos, desde o nosso computador às máquinas industriais. Contudo, mesmo tendo sido sujeita ao progresso e à mudança, continuamos a encontrar a roda na sua forma primordial, em carros, bicicletas, e até mesmo carroças…

            Concluindo, a Ciência estará sempre no futuro, porém a sua base encontra-se no passado e sem a existência das descobertas de ontem não existiriam as do amanhã, tornando-as igualmente importantes. 

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