«As ciências progridem, como as técnicas,
aniquilando o velho, antiquado e obsoleto; para elas, o passado é um cemitério,
um mundo [de objetos] morto[s] e superado[s] pelas novas descobertas e
invenções.»
Llosa,
Vargas (2012). A civilização do espetáculo, p.68. Lisboa: Quetzal.
A Ciência tem um papel de destaque na sociedade actual.
Sem ela, o conforto e o estilo de vida a que o ser humano se habituou não seria
possível. Tecnologias que se tornaram essenciais ao seu dia não existiriam e
não teria conhecimento sobre o que o rodeia. A Ciência faz perguntas como “Porquê?”
e “Como?” e tenta respondê-las.
Esta tese defende que à medida que
as ciências e as técnicas avançam, o conhecimento anterior perde a sua
relevância e cai no esquecimento. Podemos observar este acontecimento nas novas
tecnologias, é sempre procurado obter o mais recente modelo, visto que este tem
uma performance superior. Esta tese também é corroborada pelo conhecimento científico
em si, conhecimento este que nunca deve ser tomado como certo ou imutável, uma
vez que o que hoje se pensa ser verdade pode não o ser amanhã. Há 500 anos
atrás, a Terra era considerada plana, após os Descobrimentos, descobriu-se que
era esférica. Há 500 anos atrás, o Sol girava à volta da Terra, após a
descoberta do telescópio conclui-se que era ao contrário.
No entanto, a tese não se encontra completamente
correcta. Esta afirma que quando há progresso e novas descobertas, as
anteriores são esquecidas e tornam-se inúteis, uma proposição que não é
verdadeira. O conhecimento anterior continuará a ser importante. Primeiramente,
este tornar-se-á uma prova da evolução de uma dada matéria em estudo, observável
no Modelo Atómico. Depois, o conhecimento original representa a base a partir
do qual se deu o desenvolvimento. Existiria a calculadora se primariamente não
se tivesse inventado o ábaco? Finalmente, o progresso não significa que uma
dada invenção ou matéria fique absoleta. Como prova temos uma das maiores
invenções de todo os tempos, a roda. Foi esta invenção que permitiu que o mundo
seja como é, podemos observar variações desta em diversos objectos, desde o
nosso computador às máquinas industriais. Contudo, mesmo tendo sido sujeita ao
progresso e à mudança, continuamos a encontrar a roda na sua forma primordial,
em carros, bicicletas, e até mesmo carroças…
Concluindo, a Ciência estará sempre
no futuro, porém a sua base encontra-se no passado e sem a existência das
descobertas de ontem não existiriam as do amanhã, tornando-as igualmente
importantes.
Sem comentários:
Enviar um comentário