Muita tem sido a tinta que tem corrido com a polémica dos medicamentos inovadores que curam os doentes com hepatite C, em Portugal, onde muitas vezes, infelizmente, as políticas e os governos, com os seus orçamentos conseguem ser mortais e fazer muitas vitímas.
A hepatite C é uma doença infecciosa causada pelo vírus VHC e que afecta sobretudo o fígado. A infecção é muitas vezes assintomática, mas a infeção crónica pode levar à fibrose do fígado e por fim à cirrose, o que normalmente só se manifesta passados vários anos, e que pode causar a morte do doente.
Em Portugal existem cerca de 100 mil a 140 mil pessoas infetadas com o vírus da hepatite C, e esta mata cerca de 2500 portugueses por ano.
Recentemente foi desenvolvido um medicamento com uma taxa de cura bastante alta, que pode salvar a vida a centenas de pessoas infetadas com este vírus, contudo o medicamento tem um preço bastante alto, que ronda os 48 mil euros por doente. O infarmed já autorizou a venda do produto em Portugal, mas derivado ao preço exurbitante muitos doentes não têm dinheiro para o comprar.
O governo está a negociar com o laboratório que produz o medicamento numa tentativa de baixar o preço do fármaco, mesmo assim o tempo que estas negociações levam é o suficiente para muitos dos doentes morrerem.
Tudo isto poderia ser evitado se existisse um espiríto de auto-ajuda entre as várias sociedades a um nível geral.
Esta situação vem demonstrar a forma como a sociedade vê as pessoas, como simples objetos sem sentimentos e demonstra também a forma, neste caso, de como os laboratórios estão a ´´extorquir`` dinheiro a pessoas desesperadas, aproveitando-se, por assim dizer, da sua situação.
Esta é a representação da sociedade ocidental em que vivemos e que chamamos de evoluída, onde o dinheiro e o poder valem mais do que a vida de um ser humano e onde a ideia e o valor de vida humana se começa a perder.
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