terça-feira, 24 de março de 2015

Não sei fazer uma crítica (Texto reformulado)

     Depois de uma entrevista a uma criança, este diz-se ser um rapaz sortudo perante o Mundo, porque não sabe escrever uma crítica. E sabem porque se sente sortudo? Porque no final destas férias, vai poder chegar à escola e perguntar à sua professora como se faz uma crítica. Imaginam a quantidade de crianças e até mesmo adultos, que dariam tudo para poder fazer o mesmo que ele?
     Diz que culpa o mundo inteiro por isso. Os cem milhões de euros que valem uma mansão, não podiam ser gastos cinquenta milhões de euros em lápis e os outros cinquenta milhões de euros em cadernos? Provavelmente teríamos um planeta com mais cinquenta milhões de estudantes, pessoas que podem tornar o planeta melhor, sem ter de ir ao outro lado do Universo, segundo esta criança. 
     Existe muito dinheiro mal gasto pela Terra, e a falta de condições para as pessoas que querem estudar e não podem, não podem ser atribuídas as culpas a essas pessoas mas sim à falta de carácter de outras. Porque é que as pessoas precisam de uma riqueza enorme? Para dizer que têm? Porque é que os craques do futebol compram 10 lamborghinis e ferraris, se só tem 2 mãos e dois pés para conduzir um? São varias as posses que os ricos querem, porque podem. Mesmo que não saibam que, ao invés de outros ricos, a maior riqueza que pode haver é o sorriso das pessoas que ajudam. Muitos ricos gostam de doar dinheiro, ajudar as crianças e as famílias que precisam de ser carenciadas. O problema é que mesmo que estejam sempre a doar dinheiro, gastam mais do que dão. Talvez se essas riquezas desnecessárias como colares de cem mil euros fossem vendidos, gerariam um valor capaz de comprar material escolar ou casas para as pessoas viverem. Todas as riquezas que as pessoas compram não valem tantas vidas quanto as que podiam salvar.
     Ao invés disto, «eu continuo a sentir-me um sortudo», diz a criança, porque tem onde estudar e tem a quem perguntar como se faz uma crítica. E tem pena das cinquenta milhões de pessoas que poderiam perguntar o mesmo, e não perguntam.




Esta crítica não é uma crítica que tenha sido fácil, pois a criança nunca leu uma crítica com olhos de ler. Mesmo assim, espera que percebam o texto, e que entendam a visão que dispõe das pessoas superiores economicamente. São elas que esta criança critica.

1 comentário:

  1. Faz um exercício que permite que o sujeito enunciador modalize o discurso sem aparecer marcado por pronomes e verbos flexionados na primeira pessoa: reformula para terceira pessoa (todos os pronomes e todos os verbos flexionados) e verás o resultado. Vou voltar aqui!

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